Um dos principais compromissos da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) é atender às populações indígenas de Mato Grosso com Ensino Superior de qualidade. Na atual temporada de colações de grau, referente ao período letivo 2024/2, uma das formandas foi Kokokangro Metuktire, que recebeu seu diploma de bacharel em Direito em cerimônia realizada na última quarta-feira (12). De etnia Mebengokre (Kayapó) da Terra Indígena Kapoto-Jarina, Kokokangro é bisneta do Cacique Raoni, tendo cursado a graduação na turma especial de oferta única da Unemat em Colíder.
Para atender ao propósito da Educação Superior aos indígenas do Estado, a Unemat oferta cursos superiores específicos e diferenciados desde 2001, além de disponibilizar cotas de 5% das vagas de todos os cursos para estudantes indígenas, pelo Programa de Integração e Inclusão Étnico-Racial (Piier), pelo qual Kokokangro ingressou no curso de Direito.
A Unemat é a primeira instituição pública a colocar em prática a política de reserva de vagas para estudantes indígenas em todos os seus cursos de graduação de entrada regular: em 2016, antes mesmo de ser uma política adotada em nível federal ou estadual, a Universidade do Estado de Mato Grosso incluiu na sua resolução de Ações Afirmativas a reserva de 5% das vagas.
A ação vem trazendo resultados concretos nos diferentes câmpus da Universidade: a Unemat conta atualmente com 396 alunos indígenas matriculados na graduação, sendo 104 nos cursos de oferta contínua, 98 em turmas especiais de oferta única e 19 nos cursos de ensino a distância, somados aos 175 alunos dos cursos específicos ofertados pela Faindi.
A conquista de Kokokangro foi celebrada pela Federação dos Povos e Organizações Indígenas de Mato Grosso (Fepoimt). “Foi um momento muito importante para a família e para o povo indígena Mebengokre (Kayapó)”, disse a Federação em publicação nas redes sociais.
“A Unemat vem cumprindo seu compromisso com a inclusão desde que surgiu em 1978”, disse a reitora Vera Maquêa. “Na graduação e na pós-graduação nossa instituição se destaca por estabelecer políticas de formação na área, contribuindo fortemente para a valorização dos povos indígenas e suas culturas. Nossos agradecimentos a todos que construíram junto conosco essa bela história de sucesso”, afirma Vera.
Com mais de 20 anos de história na área, a Instituição é pioneira na oferta de graduação específica e diferenciada para indígenas na América Latina e serviu de referência a diversas iniciativas similares de valorização e respeito à diversidade étnica e cultural.
Hoje a Faculdade Indígena Intercultural (Faindi) oferta cursos em Barra do Bugres, Canarana, Ribeirão Cascalheira e Luciara. Para a formação de professores indígenas, a Instituição oferece os cursos de Pedagogia Intercultural Indígena e Licenciatura Intercultural Indígena com três habilitações: Línguas, Artes e Literatura; Ciências Matemáticas e da Natureza; e Ciências Sociais.
Atualmente, a Universidade oferta o inovador bacharelado em Enfermagem Intercultural Indígena, iniciativa inédita no País; além de uma turma de licenciatura em Matemática exclusiva para indígenas. A Instituição também atende aos indígenas em seus programas de pós-graduação, com destaque para o Programa de Pós-Graduação em Ensino em Contexto Indígena Intercultural (PPGecii), que oferta mestrado acadêmico exclusivo para os povos originários.
Dentre as 48 etnias indígenas existentes em Mato Grosso, 32 são atendidas pela Unemat. Mais de 600 estudantes já concluíram a graduação, 140 obtiveram titulação de especialista e 120 professores conquistaram o título de mestre ou doutor.
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