Professores da Universidade do
Estado de Mato Grosso (Unemat) estão em Belém (PA) participando do seminário Água com qualidade para quem precisa:
garantia de acesso à água com qualidade para consumo humano em situação de seca
e estiagem desde quarta-feira (19.06). Realizado pelo Ministério da Saúde
por meio do Programa Nacional de Vigilância da Qualidade da Água para Consumo
Humano (Vigiagua), o evento segue até 21 de junho.
O seminário que objetiva coletar experiências exitosas para subsidiar políticas públicas que garantam o acesso à água segura para comunidades em situação de vulnerabilidade foi aberto pela Coordenadora-Geral de Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde, Eliane Ignotti, doutora em Saúde Pública e professora Sênior voluntária no Programa de Pós-Graduação em Ciências Ambientais da Unemat, em Cáceres (MT).
Foto: Ernandes Oliveira Jr.
Para a coordenadora as ações
integradas do Vigiagua com outros setores são fundamentais para uma maior
eficiência, uma vez que aponta que muitos dos riscos à saúde são decorrentes do
consumo de água imprópria. “Como cada uma das
políticas setoriais se estrutura e tem sua própria lógica de governança, com
diferentes repartições de competência, trabalha-se num contexto de grande
complexidade no que diz respeito ao ciclo de implementação do Vigiagua de forma
descentralizada, intersetorial e interfederativa propondo soluções
capazes de minimizar os impactos à saúde das populações das regiões Norte,
Nordeste e Centro-Oeste, decorrentes da oferta de água em quantidade
insuficiente e qualidade inadequada, na ocorrência de eventos de seca e
estiagem”, explicou Ignotti.
Os professores da Faculdade de
Ciências Agrárias e Biológicas da Unemat, em Cáceres, Solange Ikeda, doutora em
Ecologia e Recursos Naturais, e Ernandes Sobreira Oliveira Júnior, doutor em
ciências participam do seminário representando a Universidade.
“O evento chama a atenção
reforçando que ‘a seca agrava as condições de vulnerabilidade das populações
mais empobrecidas e vulnerabilizadas, especialmente em função dos locais e
regiões em que habitam’. Para cada território as soluções podem ser outras.
Estamos participando com diferentes grupos sociais de todo Brasil para
contribuir na construção de uma proposta para que o acesso a água de qualidade ocorra
com equidade para garantir a saúde da população. Temos acompanhado em nossos
territórios todas as consequências das mudanças climáticas. Secas e estiagem de
um lado e enchentes de outro. A perda de água do Pantanal, que além de
acarretar consequências para a população, potencializa os incêndios no
território, chamando atenção para os mais de mil focos só primeiros meses de
2024”, revelou Ikeda.
Ignotti, apontou as mudanças
climáticas também como um fator diretamente ligado a relação entre o acesso ao
consumo de água potável e saúde. “No
contexto da intensificação das mudanças climáticas, situações de seca,
estiagem, inundações e ondas de calor tendem a se tornar mais frequentes.
Diante desse cenário, é de extrema importância que sejam fomentadas reflexões
acerca das adequações necessárias às atividades de vigilância em saúde, às
tecnologias alternativas para tratamento de água e à articulação e atuação dos
diversos entes dos governos federal, estadual e municipal para fornecimento de
água potável. Agrega-se a este quadro o necessário
diálogo com atores da sociedade civil - como movimentos populares, acadêmicos,
especialistas nos temas da água – de organismos da cooperação internacional e
instituições de financiamento” destacou Ignotti.
Foto: Ernandes Oliveira Jr.
O professor Oliveira Júnior citou
o compromisso da Unemat em prol da redução dos malefícios das alterações
climáticas aceleradas e provocadas pelas ações humanas por meio das pesquisas
desenvolvidas na Universidade e falou sobre a importância do seminário nesse
sentido. “Um seminário como este é fundamental para alertar o que está por vir
se nada for feito a tempo. É a chance que temos para encontrar soluções para garantir
água de qualidade e quantidade suficiente necessárias a qualidade da vida
humana. Essa troca de informações também fortalece as pesquisas e ações dos programas
de pós-graduação em Ciências Ambientais e de Gestão e Regulação de Recursos
Hídricos da Unemat”, pontuou Oliveira Júnior.
A coordenadora-geral de
Vigilância em Saúde Ambiental do Ministério da Saúde espera que o seminário Água com qualidade para quem precisa possa
identificar experiências e tecnologias alternativas sustentáveis de oferta de
água para consumo humano adequadas à situação de seca e estiagem que permitam
uma melhor resposta do SUS às demandas de água potável, especialmente das populações
mais vulnerabilizadas. Ela ainda espera que sejam elencadas sugestões e
estratégias para política pública de vigilância da qualidade da água para
consumo humano que subsidiem o aprimoramento de processos de articulação
institucional dos diferentes atores responsáveis pela qualidade e oferta de
água para consumo humano, sejam eles autoridades de saúde pública, instituições
dos governos municipais, estaduais e federal, sociedade civil e movimento
sociais.
Programa Vigiagua - O Programa Nacional de Vigilância da
Qualidade da Água para Consumo Humano (Vigiagua) consiste
no conjunto de ações adotadas continuamente pelas autoridades de saúde pública
para garantir à população o acesso à água em quantidade suficiente e qualidade
compatível com o padrão de potabilidade, estabelecido em legislação vigente,
como parte integrante das ações de prevenção dos agravos transmitidos pela água
e de promoção da saúde, previstas no Sistema Único de Saúde (SUS). As ações do
Vigiagua são desenvolvidas pelas Secretarias de Saúde Municipais, Estaduais, e
do Distrito Federal e pelo Ministério da Saúde, por meio da Coordenação Geral de Vigilância em Saúde Ambiental.
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