O Ministério da Educação, por meio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) enfatizou nesta
terça-feira (21) a história da egressa da Unemat, (Universidade do Estado de
Mato Grosso) no curso de Letras, oferecido na modalidade de ensino a distância,
por meio da Universidade Aberta do Brasil. A história de vida dela foi contada para
marcar as conquistas e desafios ainda existentes no Dia Internacional pela
Eliminação da Discriminação Racial, comemorado nesta terça-feira. Veja abaixo a íntegra da matéria publicada
IGUALDADE
UAB forma professora que luta contra discriminação
racial
Em uma comunidade quilombola, Elizabeth Miguel, além da
língua portuguesa, ensina seus alunos a combater o preconceito
A história de Elizabeth mostra os desafios e as conquistas
neste Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial, 21 de março,
instituído pelas Organizações da Nações Unidas (ONU). Com 41 anos, ela,
que já é avó, realizou o sonho de ser professora depois de se formar em Letras,
em 2021, pela Universidade Aberta do Brasil (UAB), programa da CAPES que oferta, desde 2007,
graduação e especialização a distância em todo País.
Elizabeth, que leciona para três turmas do Ensino Médio na
Escola Estadual Quilombola Tereza Conceição de Arruda, conta que sempre
enfrentou a discriminação racial. “Trabalho fortemente essa questão com a minha
família e, agora, com os meus alunos, para nos fortalecermos enquanto negros”,
ressalta. Ela destaca que as discussões sobre o assunto fazem parte do
cotidiano da escola. “Trato desse tema o tempo todo em sala de aula e nas
atividades culturais, e busco informações com diversos autores negros para a
nossa abordagem na disciplina. É uma oportunidade de valorizarmos e mostrarmos
a nossa cultura na escola”, afirma.
Para ela, a luta de um encoraja os outros e é preciso ter
conhecimento e consciência para combater a discriminação racial. “Muitos
não gostam de falar. Eu mesmo falava que não tinha racismo no Brasil. A
gente vai ficando mais crítico e percebendo o racismo oculto”, constata
Elizabeth, que fez o curso pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat),
parceira da CAPES na UAB.
A possibilidade ofertada pela Universidade Aberta do Brasil
de fazer o curso a distância foi um facilitador para que Elizabeth concluísse o
ensino superior. Devido a sua rotina de vida, tinha dificuldade em deixar a
comunidade em que mora, na zona rural. Ela se organizava entre as aulas remotas
e as presenciais, no polo de Cuiabá, a 60 km de sua casa. “Foi um sonho
realizado que tentei muitas vezes”. Após concluir a graduação, conseguiu ter um
aumento de salário como professora. “Meu ganho financeiro melhorou muito.
Passava muito tempo fora de casa e ganhava pouco e ficava longe dos meus
filhos”, descreve Elizabeth, que foi aprovada no processo seletivo da
Secretaria de Educação do Mato Grosso.
Sobre o Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação
Racial
No dia 21 de março de 1960, durante um protesto pacífico que reuniu em
Joanesburgo, na África do Sul, 20 mil negros contra a lei que limitava lugares
permitidos à sua circulação, 69 foram mortos e 186 feridos por tropas militares
do regime do Apartheid. A data do episódio, conhecido com o massacre de
Shaperville, foi instituída pela Organização das Nações Unidas, em 1996, com o
Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial.
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