Superação

Alunas cegas e de baixa visão de Jornalismo publicam artigo em importante publicação nacional

Por Comunicação / Unemat Rondonópolis-Alto Araguaia
29/05/2024

Da esquerda para direita Débora Camila, Elismárcia Aguiar e Marilene Gomes (Foto: Foto de arquivo: Lygia Lima)

O artigo intitulado Por jornalistas mais multi e hipersensoriais é uma das publicações selecionadas da edição mais recente do Portal Observatório da Imprensa (Edição 1289, 23/05/2024), espaço notabilizado nacionalmente por artigos e reflexões de grandes profissionais de Jornalismo. O artigo é de autoria das alunas do curso em Jornalismo, do Núcleo Pedagógico de Rondonópolis da Unemat, Elismárcia Tosta Aguiar Rossi, Débora Camila de Oliveira e Marilene Gomes de Araújo, em parceria com o professor e Coordenador, Lawrenberg Silva. O objetivo do texto foi discutir a importância de profissionais jornalistas PCDs nas redações jornalísticas, considerando que muitos deles e muitas delas acabam desempenhando um domínio excepcional dos sentidos sensoriais no ato de apurar e produzir notícias.

Trata-se da primeira publicação dessas alunas de Jornalismo que atualmente estão cursando a 6ª fase do curso, que é ofertado desde o ano de 2021 no regime de parceladas no Núcleo Pedagógico de Rondonópolis, pelo Câmpus de Alto Araguaia. As alunas Elismárcia Aguiar e Débora Camila apresentam quadro clínico de cegueira total, enquanto a aluna Marilene Gomes é baixa visão. Elas produziram o artigo em coautoria com o professor e Coordenador do Curso, Lawrenberg Silva, assim como resultado de reuniões e consultas em diversas redações jornalísticas.

No artigo, as alunas destacam habilidades de pessoas PCDs que precisam ser valorizadas nos ambientes de trabalho. Para a aluna Débora Camila, muitos profissionais PCDs acabam desempenhando uma multissensorialidade que permite uma maior percepção do espaço, tempo e linguagem. Algo próximo de uma tecnologia sensível no âmbito do trabalho jornalístico.  O que “corrobora na compreensão da informação em sua dimensão mais plural”, analisa Débora.

Apaixonada pelo jornalismo desde criança, a jovem Elismárcia Aguiar frisa no artigo que muitas pessoas PCDs apresentam uma audição diferenciada. “A audição facilita ouvir coisas que as pessoas que as pessoas que enxergam não conseguem ouvir. Perceber se a pessoa tem mais ou menos idade, além de perceber de uma forma diferente o ambiente onde ela se encontra... se o ambiente é aberto ou fechado”, constata ela.

Já para a aluna Marilene Gomes participar da autoria do artigo foi uma oportunidade para dar visibilidade aos desafios enfrentados por muitos alunos PCDs até se tornarem profissionais. “Acho importante o artigo na valorização da nossa rotina e dedicação na universidade”, pontua Marilene.

Grande incentivador da jornada das alunas, o professor e Coordenador, Lawrenberg Silva, considera que a publicação do artigo no importante portal seja um ponto de partida para uma acessibilidade mais efetiva para muitas pessoas PCDs nos ambientes de trabalho de Jornalismo e outras profissões. “Acredito que o registro dessas histórias deve abrir um novo leque de alternativas profissionais, de modo que a presença de pessoas PCDs em espaços de trabalho não sejam sinônimas somente de ações de assistencialismo, mas também de uma inclusão mais efetiva da mão-de-obra dessas pessoas”,  conclui o professor.

O artigo pode ser acessado no link Por jornalistas mais multi e hipersensoriais | Observatório da Imprensa 


Assessoria de Comunicação - Unemat

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