A delegação composta por representantes da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e do Conselho Estadual de Educação Escolar Indígena de Mato Grosso (CEI) foi recebida, em Brasília, no dia 25 de abril, pela coordenadora Geral de Educação Escolar Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (Secadi/MEC), Rosilene Cruz de Araújo. A reunião se deu durante a realização da 19ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL/2023).
Durante a reunião várias reivindicações foram discutidas. Entre elas a necessidade de investimentos para bolsas de permanência para os estudantes indígenas das universidades estaduais com a inclusão das universidades estaduais no plano do Governo Federal que já atende os povos indígenas e quilombolas das Universidades Federais por meio do Programa Bolsa Permanência; a produção de material didático específico, uma vez que o material disponibilizado atualmente não contempla a especificidade e diversidade étnico territorial existente no Brasil e o estabelecimento de convênios e de termos de cooperação para a entrada da Unemat na Rede de Saberes Indígenas.
A delegação composta pelos representantes da Unemat: Mônica Cidele da Cruz e Waldinéia Alcântara Ferreira; respectivamente coordenadora Pedagógica e professora da Faculdade Indígena Intercultural (Faindi/Unemat), Luzinete da Silva Magalhães, servidora e assistente social e o egresso do mestrado em Ensino em Contexto Indígena Intercultural Pomerquenpo Txicao, e pelo CEI: o presidente, Filadelfo de Oliveira Neto e os demais membros Francisca Navantino Ângelo, Sebastião Ferreira de Souza e Xisto Tserenhi’ru Tserenhimi’rami, ainda colocou em pauta o acesso ao diálogo com os gestores da Unemat para discutir as demandas da comunidade estudantil indígena da Universidade e o apoio para abertura de novas turmas de licenciaturas interculturais.
Acampamento Terra Livre
O Acampamento Terra Livre 2023 foi realizado entre os dias 24 e 28 de abril, com a presença de centenas de povos Indígenas do Brasil. Sob a temática: “O futuro Indígena é hoje. Sem demarcação não há democracia!” Durante o evento organizado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), foram discutidas a defesa das florestas, demarcação de suas terras, emergência climática, defesa da vida, fim das violências contra os povos indígenas, educação indígena, luta pela saúde, mulheres indígenas, aldear a política e indígenas Lgbtqiap+: (r)existências descolonizadoras.
O Fórum Nacional de Educação Escolar Indígena (Fneei) realizou uma série de atividades durante a semana no Acampamento Terra Livre. Estudantes indígenas, professores indígenas, representantes dos conselhos de educação indígenas, pesquisadores e profissionais que atuam nas causas indígenas reuniram para debater sobre os desafios que permeiam a educação indígena desde o ensino básico até o ensino superior em cada estado da Federação. Ao final foi elaborada uma carta de reivindicações para ser entregue ao ministro da Educação, Camilo Santana e ao presidente da república, Luís Inácio Lula da Silva.
Faculdade Intecultural Indígena (Faindi)
A causa indígena faz parte da constituição histórica da Unemat. A Instituição foi pioneira no atendimento às populações indígenas em cursos superiores específicos e diferenciados, ofertados desde 2001. A Instituição se tornou referência no Brasil e na América Latina de ensino diferenciado e de valorização étnica. Nesse percurso de mais de duas décadas, a formação de professores indígenas em nível de graduação já é uma prática consolidada na Unemat. A própria coordenadora Geral de Educação Escolar Indígena da Secadi/MEC, Rosilene Cruz de Araújo, é egressa da primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena da Unemat tendo se graduado na Instituição em 2006.
Desde 2020, a Unemat também oferta formação em nível de mestrado para os povos indígenas, com o Mestrado Profissional em Ensino em Contexto Indígena Intercultural. A Faindi está ligada ao Câmpus Universitário Deputado Renê Barbour, no município de Barra do Bugres. Além destes cursos, especificamente destinados aos povos indígenas, a Instituição, desde 2016, conta com o sistema de cotas que reserva 5% das vagas em quaisquer cursos para alunos indígenas.
Colação de grau Faindi em setembro de 2022Foto: Moisés Bandeira
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