Políticas Públicas

Pesquisador da Unemat compõe Câmara Setorial Temática da ALMT

Evandson Silva, que pesquisa abelhas na Amazônia, Cerrado e Pantanal há 22 anos, representa Unemat na CST Apicultura

Por Hemília Maia
07/06/2024

(Foto: Pixabay)

O professor e doutor em Entomologia Evandson José dos Anjos Silva, do curso de Ciências Biológicas da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), foi indicado como membro para Câmara Setorial Temática (CST) na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), representando tanto a Unemat quanto a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).

De autoria do deputado estadual Wilson Santos, a CST Apicultura/ALMT tem por objetivo estudar e discutir políticas públicas para a apicultura profissional e recreativa no âmbito do Estado de Mato Grosso. O emprego de abelhas para polinização de lavouras é alternativa comercial que precisa de atenção, assim como a apicultura e a meliponicultura, que consistem na criação de abelhas exóticas e de abelhas nativas sem ferrão com o objetivo de proporcionar ao homem produtos como mel, própolis, geleia, pólen e cera.

Dados da produção nacional de 2022 demonstram como o Estado pode crescer na atividade. Enquanto o Rio Grande do Sul, estado líder na produção de mel no País, produziu 9 mil toneladas de mel em 2022, Mato Grosso produziu 435 toneladas. Outro dado interessante foi apontado por Wilson Santos ao lembrar que, no Brasil atualmente, existem 120 mil apicultores e que, destes, apenas 900 estão em Mato Grosso. “Algo que pode expandir muito, Mato Grosso tem (mais de) 60 espécies de abelhas”, reforça o deputado.

Evandson Silva, que desenvolveu sua mais recente pesquisa sobre endemismo de abelhas das orquídeas na área endêmica sudeste da Amazônia, e que teve seu artigo “Entomofauna de importância agrícola e uso de agrotóxicos no Bioma Cerrado – Mato Grosso” apresentado na abertura do primeiro Seminário de Entomologia e Acarologia Agrícola na Amazônia, realizado em 2011, em Manaus, já foi incumbido de atualizar os dados do largo emprego de agrotóxicos expostos na ocasião.

O grupo de trabalho requerido pelo deputado Wilson Santos é presidido pelo suplente a senador por MT, José Lacerda, que na data de instalação da CST, 23 de maio, solicitou ao professor Evandson Silva que revise e atualize o artigo em questão. “É necessário ampliar a discussão sobre a utilização de inseticidas, porque alguns produtos matam também as abelhas” disse José Lacerda, que garante que a ideia não é proibir o uso de agrotóxico na agricultura. “Pelo contrário, os agrotóxicos e os biológicos são necessários para a agricultura e para a vida humana. Mas tem alguns produtos que podem ser substituídos por outros com o mesmo efeito. E isso é papel da indústria química, não do produtor rural”, explica o presidente da CST Apicultura.

“Após anos de espera, a instalação da Câmara Setorial Temática das abelhas na Assembleia Legislativa é um passo gigantesco para a gente abordar os tipos e o volume de agrotóxicos aplicados nas variadas lavouras em Mato Grosso”, expõe Evandson Silva, que também vê a oportunidade para contribuir com os estudos básicos sobre a biologia e ecologia das abelhas nativas e o grande potencial de uso dos polinizadores para aumentar a produtividade em diversos locais, disse o professor, que atualmente, também coordena, a nível estadual, o Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Biotecnologia da Rede Bionorte.


Assessoria de Comunicação - Unemat

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