A Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) e o Museu Emília Darci de Souza Cuyabano realizaram o ato de início da 17ª Primavera dos Museus na noite de ontem (20) em Cáceres.
Com o tema ‘Memórias e democracia: Pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas’, a Primavera dos Museus é uma iniciativa do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), realizada em Cáceres pelo museu histórico municipal em parceria com a Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unemat.
A 17ª Primavera dos Museus expressa o compromisso social da Unemat com todas as áreas, em especial a Cultura, em consonância com as políticas ligadas às diretrizes para a educação ambiental, educação étnico-racial, direitos humanos e educação indígena, apoiando os museus como espaços detentores e promotores da memória, da cultura e das artes, para o reconhecimento, a valorização e o protagonismo das pessoas LGBT+, indígenas e quilombolas na produção das suas próprias memórias.
O ato contou com uma roda de conversa com Aguinaldo Muquissai Massavi, aluno de História na Unemat e membro da Comunidade Indígena Chiquitana; José Alarcio Tsuwepte Tomotsudza Rebe e Osvaldino Tsere Omrate Tomotsudza Rebe, alunos de História na Unemat e membros da Comunidade Indígena Xavante; Luciene Neves Santos, professora da Unemat e ativista no Movimento LGBTI+ de Cáceres; e Maria Aparecida Maciel de Campos, vice-presidente do Quilombo Bebedouro no Território de Pita Canudos. A conversa foi mediada por Sônia Maria de Campos, gerente de Eventos do Museu Emília Darci.
Membro da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq), Maria Aparecida Maciel de Campos defende que, na verdadeira democracia, os quilombolas ocupam espaços como a Universidade e o museu. “Nosso povo é daqui mesmo, os negros são de Cáceres e hoje é democracia, por isso estamos aqui na luta, porque o Brasil hoje é quilombola”, conta Maria Aparecida.
Luciene Neves Santos lembra que museus são espaços para ressaltar as condições de vida e as lutas pelos direitos das populações LGBT+. “O museu é mais um espaço para preservar nossa memória, das nossas lutas, das construções do movimento e a história de toda nossa gente no Brasil, no mundo e aqui em Cáceres”, disse Luciene.
A gerente de Eventos do Museu, Sônia Maria de Campos, declara que o museu é um espaço democrático, portanto deve estar de portas abertas às populações minoritárias. “O museu não pode ser estático, não pode ser apenas um lugar para guardar coisas velhas. Isso é apenas uma parte da memória cacerense, mas o museu e a memória cacerense são dinâmicas, democráticas e está presente e vivo, com as pessoas aqui dentro”, afirma Sônia.
A assessora de Gestão de Extensão da Unemat, Herena Naoco Chisaki Isobe, ressalta que a importância deste evento para a Cultura da Universidade é fundamental. “Temos que nos sensibilizar quando olhamos este grupo de indígenas, nossos alunos da Unemat, apresentando a memória e a história deles. É aí que vemos que vale a pena investirmos na Cultura, nas atividades e ações culturais que a Unemat faz com a comunidade”, conta a assessoria.
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