DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Professora Áurea Ignácio concede entrevista ao G1

Pesquisadora da Unemat fala sobre os desafios enfrentados pelas mulheres na área científica

Por Assessoria de Comunicação
08/03/2023

(Foto: Deivid Sulzbacher Fontes)

No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta quarta-feira (8), três pesquisadoras mato-grossenses citam as dificuldades enfrentadas por elas no meio acadêmico e científico. Por ser uma área majoritariamente composta por homens, os preconceitos e a falta de oportunidade são alguns tópicos levantados por elas.

O dia da mulher foi oficializado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 1975. A data é lembrada como um pedido de igualdade de gênero e luta das mulheres por oportunidades em todas esferas da sociedade.

Mas e na ciência e meio acadêmico? Quais dificuldades elas enfrentam todos os dias?

A área é composta majoritariamente por homens, mas diversas mulheres se destacaram com pesquisas e novas descobertas ao longo da evolução da ciência. Ada Lovelace, considerada a primeira programadora de computadores da história; Marie Curie, física e química polonesa pioneira no estudo da radiação; e Caroline Herschel, a primeira mulher a descobrir um cometa, são alguns exemplos de cientistas que fizeram história na área.Áurea Regina Alves Ignácio é professora na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat)  — Foto: Arquivo pessoal

Áurea Regina Alves Ignácio é professora na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) — Foto: Arquivo pessoal

Em Mato Grosso, a bióloga Áurea Regina Alves Ignácio estuda a ecotoxicologia. Formada pela Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), se tornou professora na Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) no mesmo ano da graduação. É mestre pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e doutora pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Atualmente, a professora é pró-reitora de pesquisa, pós-graduação e coordena o laboratório de ecotoxicologia. A pesquisadora avalia a contaminação da biota por metais pesados.

"A gente tem estudos com peixes, anfíbios, aves, repteis, mamíferos, incluindo nós, seres humanos. No meu pós-doutorado fiz o monitoramento das concentrações de mercúrio em onças-pintadas no Pantanal", disse. 

Áurea contou que na biologia, ela sempre teve a oportunidade de trabalhar em projetos e ter um espaço na área e participa de projetos que fomentem o interesse de meninas a estudarem física, química e a própria biologia.

"Quanto mulher eu sempre tive a oportunidade de estar sempre envolvida em grandes projetos. A biologia em si é uma área que muitas mulheres estão ativas. A gente participa do projeto 'Meninas na Ciência' para incentivar o interesse de meninas a estudarem física, química e biologia, porque essas áreas são focadas geralmente por homens", disse.

Durante a trajetória no meio acadêmico, a professora contou que conciliava a família com a pesquisa. Quando fez mestrado e doutorado cuidou das duas filhas que eram pequenas na época.

"A mulher para vencer na ciência, se tem filhos, precisa conseguir conciliar isso. Então ela trabalha com várias coisas sem esquecer o amor de mãe, os cuidados com a casa, a família. Isso eu acho que é uma característica da mulher, a capacidade de tocar essas duas coisas com sabedoria", disse.Professora Áurea e alunos que em congressos de biologia — Foto: Arquivo pessoal
Professora Áurea e alunos que em congressos de biologia — Foto: Arquivo pessoal

Sobre o espaço das mulheres dentro do ambiente acadêmico, a professora explica que há uma crescente nos dias atuais.

"Eu avalio que a mulher na academia tem um papel muito mais respeitado. Quando eu vou em congressos internacionais na área de ecotoxicologia, existem muitos homens, mas também existem mulheres. Toda menina que queira investir na ciência basta ela correr atrás dos seus sonhos científicos. Entrar em um bom curso, desenvolver uma boa iniciação cientifica, bons projetos e integrar grupos de professores que valorizem a participação das mulheres. Hoje tem há a possibilidade de trilhar tudo isso", disse.


Veja a matéria na íntegra disponível no G1




Assessoria de Comunicação - Unemat

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