“A Universidade do Estado de Mato Grosso, a Unemat, não é um patrimônio só do povo de Mato Grosso, ela é um patrimônio de todo aquele que ocupa um espaço nela, como eu”. Essa fala forte, é do formando em Letras, Henry Júnior Branco Aragão, 43 anos, paraense.
Na noite desta quarta-feira (15) de fevereiro, a Unemat conferiu o grau de licenciado em Letras e bacharel em Computação para 11 acadêmicos que concluíram o curso superior no câmpus de Alto Araguaia. A noite foi de muita emoção para os agora profissionais e seus familiares, e também para a comunidade acadêmica.
O licenciado em Letras, Henry, tem 43 anos, é padre ortodoxo,
casado, pai de dois filhos. Ele veio do Pará em 2017, para cursar Letras na
Unemat em Alto Araguaia . Com os olhos cheios de emoção, durante a cerimonia de
conferência de grau, ele contou que a Unemat mudou a vida de toda a sua família.
“Hoje eu estou formado, a minha esposa também estuda na Unemat, faz o 5º
Semestre de computação, é bolsista da Fapemat e eu enquanto não entro em um
mestrado, por exemplo, retornarei a essa universidade daqui há alguns dias para
estudar computação também”, afirma.
Além disso, o formando lembra o quanto a Unemat mudou sua história de vida. “Vim de uma região muito pobre no Pará, para se ter uma ideia, minha esposa era catadora de carangueijo, e ela tinha que catar mil carangueijos para receber R$ 1,00 (um real). Hoje ela é bolsista da Fapemat, consegue viajar, estudar e ainda recebe uma bolsa. Ela nunca imaginou que pudesse receber tanto dinheiro e ainda estudar. Nós conseguimos estudar porque a Unemat nos acolheu. No primeiro ano aqui em Alto Araguaia, passamos fome, mas conseguimos auxilio moradia, auxilio alimentação, depois eu fui bolsista da Capes, na Residência Pedagógica, e meus filhos, hoje, não tem outra perspectiva senão estudar, fazer um curso superior. Eu sou muito grato a Unemat, e sempre que vou ao Pará eu digo para meus conterrâneos: Vocês tem a chance de mudar a história de vida de vocês. Vocês tem uma oportunidade. É por isso que eu digo que a Unemat não é um patrimônio só dos mato-grossenses, mas de todos. Temos que defender a educação pública e de qualidade, pois por meio dela eu mudei minha história de vida”, afirma o futuro professor.
A vida da formanda Edilaine Gomes da Silva, 24 anos,
moradora de Alto Taquari, também foi modificada por meio do acesso ao ensino
superior público gratuito e de qualidade. Ela conta que da sua casa é a
primeira a ter um curso superior. Segundo ela, se não fosse a Unemat ela não
poderia ter se formado. Ela ingressou na universidade em 2017, mas como mora em
outra cidade ela não conseguia transporte para fazer as disciplinas aos
sábados, e com a pandemia acabou demorando um pouco mais para se formar. “Mas
consegui vencer as dificuldades, as lutas, eu procurei opções que estavam mais
perto de onde eu morava, eu não tinha como sair para estudar, por isso sou
muito grata a Unemat”. Afirmou
A mãe de Edilaine, Lenilda Libanio Gomes, também não disfaçava a felicidade de ver a filha formada. “Eu estou muito feliz, foram muitas lutas, muitas preocupações. Às vezes o ônibus quebrava, ela chegava muito tarde, no outro dia tinha que trabalhar, mas ela venceu. A vitória foi maior”, afirmou.
Para a formanda Raiane Talissa dos Santos, 25 anos, a Unemat
tem uma lugar especial na sua história de vida. Ela se mudou ainda pequena para
a região quando o pai veio trabalhar na construção da ferrovia. “Eu semprei
estudei em escola pública, e sempre quis fazer uma faculdade em escola pública,
sou uma defensora do ensino público e de qualidade. Sendo assim, eu ingressei
na Unemat em 2015, mas em algum momento do curso eu desanimei, e acabei me
enrolando nas matérias, logo depois veio a pandemia, e as coisas se complicaram
ainda mais. Nesse meio tempo, conheci meu marido aqui na Unemat também,
engravidei, mudei de cidade, mas não foi meu filho que atrasou minha formatura
não, ele foi mais um presente que a faculdade me deu. Aqui na Unemat eu tive
muitas experiências positivas, fui bolsista do projeto de eletrônica, pude apresentar
trabalhos, viajar, viver muitas coisas legais que vão ficar para sempre, além
do aprendizado a vivência para vida”, afirmou.
“A Amanda nunca brincou de boneca, ele sempre brincou de ser
professora”, afirmou a dona de casa Andreia Barbosa Ferreira de Oliveira, ao
ver a filha Amanda Ferreira de Oliveira, de 23 anos realizar o sonho de obter o
curso superior em Letras pela Unemat. A família
mora em Alto Garças, e para estudar, Amanda vinha e voltava todos os dias de
ônibus. “SE não fosse a Unemat aqui na nossa região eu não poderia realizar meu
sonho. Eu estou muito feliz e muito ansiosa com a formatura. Agora que terminei
a faculdade, vou casar!”, afirmou mostrando a aliança de noivado.
Ananda contou que é a filha mais velha, e quer que seu exemplo de fazer uma faculdade seja seguido pelos demais irmãos. Sobre a sua graduação afirma, hoje eu estou preparada, tivemos bons professores, um ensino de qualidade, estouu muito feliz e muito grata a Unemat!
A reitora da Unemat, professora Vera Maquea, que presidiu a cerimonia de colação de grau, lembrou que esse é momento de comemorar a conquista, mas que é fundamental, todos os formados e também as famílias que vivem essa conquista continuarem a defender o ensino superior público, gratuito e de qualidade para que outras pessoas também possam ter suas vidas transformadas pela educação.
A solenidade ocorreu no câmpus de Alto Araguaia e contou com as presenças da reitora Vera Maquêa, do vice-reitor Alexandre Porto, das pró-reitoras de Ensino de Graduação e de Pesquiusa e Pós-Graduação, professoras Nilce Maria da Silva e Áurea Ignácio, dos diretores do câmpus de Alto Araguaia, professor Caio Cesar Enside de Abreu, e o servidor técnico Tiago Pereira Dantas, o diretor da Faculdade de Letras, Ciências Sociais e Tecnologicas do câmpus, professor Wesley Barbosa Thereza, e a secretária Municipal de Educação de Alto Araguaia, professora Eva Carmem Vieira de Carvalho, além de professores e servidores do câmpus.
Contato:
imprensa@unemat.br