MUDANÇAS CLIMÁTICAS

Mato Grosso participa de encontro global de monitoramento de florestas em Washington (EUA)

Os professores Beatriz Marimon, membro do conselho executivo do GEO-Trees, e Ben Hur Marimon, ambos pesquisadores da Unemat, representam MT por meio dos orgãos do Governo do Estado Fapemat e Seciteci-MT e Federal pelo CNPq

Por Assessoria de Comunicação
23/05/2024

Beatriz Marimon apresentando trabalhos desenvolvidos pela Unemat e Universidade de Leeds em Mato Grosso (Foto: Ben Hur Marimon)

Estiveram reunidos em Washington-DC (EUA) entre 14 e 17 de maio cerca de 60 pesquisadores de 23 países, dos cinco continentes, para discutir sobre carbono e mudanças climáticas nas florestas tropicais em todo o mundo. O workshop, que ocorreu no Instituto Smithsonian, próximo ao Congresso Americano, teve como representantes do Estado de Mato Grosso os professores da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), Beatriz e Ben Hur Marimon, que participaram em nome também da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat), a Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci-MT) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

A reunião foi a primeira de um grande projeto global de monitoramento de florestas (GEO-Trees), em que a professora Beatriz é integrante do Comitê Gestor. O projeto é liderado pelo Smithsonian de Washington e o comitê gestor composto por oito pesquisadores de diferentes países: EUA, Reino Unido, Brasil, Colômbia, França, Uganda e Itália. Com isso, Mato Grosso e Unemat passam a ser representados de forma inédita no maior projeto científico global de monitoramento de carbono em florestas tropicais e mudanças climáticas. Esta participação amplia a visibilidade do Estado e da universidade frente à comunidade científica internacional. 

O objetivo principal do encontro foi determinar o primeiro protocolo unificado de medição dos estoques, emissões e remoções de carbono atmosférico pelas florestas tropicais das américas, África, Ásia e Oceania. “Com o mundo em profundas transformações, devido às emissões de carbono pelos incêndios e combustíveis fósseis, as florestais tropicais desempenham um importante papel como reguladoras do excesso de CO2 na atmosfera”, afirma a professora Beatriz. “Contudo, esta capacidade das florestas em regular o clima do planeta está atingindo o seu limite. E enquanto estamos empurrando o problema para frente, o carbono e a água continuam subindo, as tempestades aumentando e as seca e inundações cada vez mais frequentes e intensas”, conclui o professor Ben Hur.

A reunião de Washington foi encerrada com sucesso e o novo protocolo unificado foi preestabelecido. A representatividade do Brasil contou ainda com a presença dos pesquisadores do Instituto de Pesquisas Espaciais do Brasil (Inpe), Luiz Aragão, Gilberto Câmara (ex-presidente da instituição) e Jean Pierre Ometto, bem como o professor Renato Lima da Universidade de São Paulo (USP). “Diante das catástrofes climáticas, o Inpe está estabelecendo um novo sistema de mapeamento de risco de impacto causado por eventos climáticos extremos para todos os municípios do Brasil (AdaptaBrasil)”, revela Ometto. A Nasa, agência espacial do EUA, e a ESA, agência espacial da União Europeia, também foram representadas por pesquisadores que revelaram a preocupação com o descontrole climático do planeta, mostrando os avanços e compromisso das agências espaciais no monitoramento das mudanças ambientais.

O professor Ben Hur, em fala final no encontro, levou a mensagem da Secretaria de Ciência e Tecnologia de Mato Grosso, em nome do Secretário Allan Kardec, do Secretário Adjunto Rodrigo Zanin, da Reitora da Unemat, Vera Maquêa, e do Governador Mauro Mendes, de que o Estado está comprometido com o uso responsável da terra, a agricultura e pecuária de baixo carbono, o monitoramento climático, a proteção das florestas e a bioeconomia como forma de geração de ativos financeiros e renda sustentável para a população mato-grossense. Na mensagem, Zanin lembra que a bioeconomia envolve o mercado de carbono, ainda indefinido, mas promissor e que o Secretário Allan Kardec está comprometido com a geração de ciência e tecnologia que envolve bioeconomia, clima e mercado de carbono.

O professor Ben Hur ainda revela que o protocolo de monitoramento de carbono predefinido no encontro pode ser uma excelente ferramenta de conservação das florestas tropicais e geração de créditos de carbono para o Brasil e demais países envolvidos. “Esperamos que os congressos dos EUA, Brasil e demais países comecem a se sensibilizar melhor com a conservação das florestas como forma de preservar a biodiversidade, a segurança hídrica, a agropecuária e a estabilidade climática”, conclui o professor.


Ao centro, Oliver Phillips, professor da Universidade de Leeds, Inglaterra e membro do conselho gestor do GEO-Trees e os professores da Unemat, Ben Hur Marimon Junior e Beatriz Schwantes Marimon, também membro do conselho gestor do GEO-Trees.


Assessoria de Comunicação - Unemat

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