Biodiversidade

Pesquisa conduzida por professor da Unemat é destaque internacional

Por Assessoria
14/04/2023

(Foto: Barbara Fleming)

A pesquisa desenvolvida pelo professor da Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat) Everton Miranda, sobre as aves de rapina, conhecidas como Harpias (uma grande águia tropical, hoje principalmente restrita a região amazônica), foi publicada neste mês na revista Scientific Reports, que faz parte do portifólio do periódico Nature. A publicação na integra pode ser conferida aqui

O professor Everton atua no curso de Engenharia Florestal e no Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Agrossistemas Amazônicos da Amazônica e vem desenvolvendo pesquisa com as Harpias da Amazônia desde 2016.

Segundo ele, há uma relação “incrível” entre as águias e os nutrientes da floresta. Ele explica que os predadores no topo da cadeia alimentar têm um papel importante na distribuição de nutrientes no solo e na vegetação.  Nesse estudo investigou como as harpias afetam a nutrição do solo e das plantas na Floresta Amazônica, através da deposição de restos de presas e excrementos perto de seus ninhos.

O professor afirma que as harpias depositam cerca de 100 kg de restos de presas por ano em seus ninhos, e isso pode ter um efeito importante na distribuição de nutrientes. “Embora as harpias tenham um papel importante na distribuição de nutrientes, os solos sob as árvores dos ninhos apresentaram reduções nos nutrientes em comparação com os solos em outras áreas. Por outro lado, as folhas das árvores ao redor dos ninhos mostraram um aumento significativo de nutrientes. Encontramos um aumento de 99% de nitrogênio, 154% de fósforo e 50% de potássio nas folhas das árvores perto dos ninhos", explica Everton.

De acordo com o pesquisador, esses resultados são importantes para a conservação das harpias e outras aves de rapina similares. "As harpias estão sofrendo um declínio de 41% em sua área de distribuição, o que pode levar a distúrbios nos ciclos biogeoquímicos e na heterogeneidade dos nutrientes", diz Miranda. Além disso, outras águias podem ter um efeito semelhante na distribuição de nutrientes. A pesquisa destaca a importância da conservação dessas aves para a manutenção da biodiversidade e da saúde dos ecossistemas tropicais.

O estudo foi financiado pela Fundação Ruford Small Grants, Rainforest Biodiversity Group, Idea Wild, The Explorer’s Club, Cleveland Metroparks Zoo, SouthWild.com e pela Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat), que executou as análises de solo. Além disso, o projeto contou com o apoio logístico da ONF Brasil, que maneja um sumidouro de carbono de 10 mil hectares no estado de Mato Grosso.


Assessoria de Comunicação - Unemat

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