A Universidade do Estado de Mato
Grosso iniciou o seu processo de avaliação institucional em 1997. Pelos
documentos analisados, o projeto começou a ser elaborado em 1994 atendendo a
carta convite do PAIUB, mas a Universidade recebeu a destinação de recursos
referentes a primeira etapa "Sensibilização e Socialização" em
setembro de 1996 e em janeiro do ano de 1997 foi composta a primeira Comissão
Central de Avaliação Institucional. A metodologia foi elaborada para atingir a
comunidade acadêmica dos diversos Câmpus. Assim, foram criadas nos Câmpus
comissões de avaliação compostas pelos diversos segmentos com a função de
provocar discussões sobre a avaliação institucional na UNEMAT.
Em junho de 1997 aconteceu o
primeiro Seminário de Avaliação Institucional da UNEMAT com o objetivo de
promover discussões com toda a comunidade acadêmica interna e externa. Essa
estratégia fazia parte da Etapa "Socialização e Sensibilização", a
qual se pautou nos objetivos de fazer chegar a todos os segmentos da
Universidade a proposta de Avaliação Institucional do PAIUB, sua origem e
vinculação com o MEC, bem como, seus princípios norteadores, concepções e
características. Dessa forma, realizaram-se seminários em todos os Campi
Universitários.
A concepção de avaliação que
sustenta o processo de avaliação institucional da UNEMAT desde o seu início
está calcada na avaliação participativa, democrática e processual. Busca assim,
desenvolver dentro da Universidade a cultura da avaliação, que assim pensada
não tem fim em si mesma, mas é um ato político, que procura oportunizar que
todos participem do processo, investindo na tomada de decisão a partir dos
dados coletados.
No seu início a metodologia que
orientou a proposta estava sustentada pelo PAIUB. Assim, o projeto era
organizado em seis etapas: Socialização e Sensibilização, Diagnóstico,
Auto-avaliação interna, Avaliação externa, Reavaliação interna e Realimentação
e Difusão. Buscava-se a adesão da Comunidade Universitária a partir de uma
série de discussões profundas e consistentes capazes de, aos poucos, conquistar
a participação que deveria ser voluntária.
Em novembro/1997 aconteceu o I
Fórum de Avaliação Institucional com representantes de toda a comunidade
acadêmica da Sede e dos Campi da UNEMAT para traçar as diretrizes do
diagnóstico que coletaria as informações da comunidade acadêmica, com o
objetivo de descrever a situação atual de cada curso e demais instâncias
O processo de avaliação caminhava
com muito êxito, mas em julho/97 a SESU/MEC descredenciou financeiramente todas
as Universidades Estaduais. Vale ressaltar que nesse período já havia
acontecido a implantação do PROVÃO nas instituições de ensino superior. Esse
fato desencadeou grandes dificuldades uma vez que ocorreu na fase de diagnóstico
da qual necessitava-se de recursos financeiros para a elaboração,
sistematização e tabulação dos instrumentos de avaliação.
Em 1999, aconteceu um seminário
de avaliação institucional com o objetivo de discutir a fase de diagnóstico.
Foi palestrante nesse Seminário o Prof. Dilvo Ristoff que enfatizou a
necessidade de continuidade do PAIUB enfrentando as dificuldades financeiras do
momento. Ainda nesse ano, com recursos próprios da UNEMAT, coletaram-se as
primeiras informações e opiniões da comunidade acadêmica. A instituição deu
continuidade ao processo de avaliação com recursos próprios porque entendia a
importância da auto-avaliação para planejar as atividades acadêmicas, mesmo
assim, essa decisão inesperada da SESU/MEC interferiu no êxito das ações que estavam
programadas.
Em março/2002 houve uma
reestruturação do Projeto, integrando o mesmo à Pró-Reitoria de Planejamento,
tendo em vista a necessidade de institucionalizar no organograma da instituição
o projeto de avaliação e a integração do mesmo ao planejamento. Os integrantes
dessa equipe contam que nesse período muitos dados foram encontrados como
resultados da coleta de opiniões com alunos, professores e funcionários no ano
de 1999, mas que ainda não haviam sido analisados e nem discutidos com a comunidade.
Decidiu-se, então, publicar esses resultados a fim de provocar discussões com a
comunidade acadêmica sobre a importância da retomada e continuidade do processo
avaliativo e do uso de seus resultados para as tomada de decisão.
Em julho/2002 foi publicado o
primeiro relatório Síntese de Avaliação Institucional. Esse momento foi
considerado um marco na história da UNEMAT e um ponto de referência na história
da Avaliação Institucional. Compõe este relatório uma análise dos
dados/opiniões coletados em 1999 e os indicadores referentes ao período de 1999
a 2001.
Apesar de os dados/opiniões
analisados já estarem defasados, o relatório de avaliação proporcionou à
comunidade acadêmica visualizar as dificuldades na gestão, no ensino, no
atendimento dos funcionários e nas questões estruturais. Até o momento, ainda
não havia avaliado a pesquisa e a extensão.
Frente aos resultados dessa
avaliação que revelou algumas deficiências no processo avaliativo, no final do
ano de 2002 foi elaborada uma proposta de avaliação descentralizada e por
segmento, pois, a equipe de avaliação entendia que esse poderia ser o caminho
para buscar maior envolvimento e participação da comunidade acadêmica.
Essa proposta estava organizada
em etapas, sendo: organização em cada campus de uma comissão responsável pelo
desenvolvimento do processo avaliativo; sensibilização da comunidade acadêmica;
levantamento de dados em relação ao curso; aplicação dos formulários de
pesquisa (coleta de opiniões); sistematização dos dados; divulgação e discussão
dos resultados da avaliação e tomadas de decisão (implementação de ações) e
elaboração de relatórios analíticos e conclusivos.
Para orientação e organização das
comissões foram realizados encontros nos Campi desenvolvidos em dois momentos.
No primeiro, reuniram-se todos os membros da Comissão para apresentação e
discussão da proposta, bem como, orientação sobre a realização das etapas da
avaliação e os encaminhamentos para execução das mesmas, no segundo,
realizaram-se seminários envolvendo a comunidade acadêmica para apresentação da
proposta e dos encaminhamentos. Paralelamente a esses encontros as comissões
dos cursos realizaram trabalhos de sensibilização com professores e acadêmicos
sobre a importância da participação de todos na auto-avaliação dos cursos.
Nesse momento, as observações e documentos apontam para um nível muito bom de
participação da comunidade acadêmica.
Dada a necessidade e urgência na
coleta de novos dados e na divulgação dos resultados, foi produzido em conjunto
com a Coordenadoria de Informatização um programa, que possibilitou a coleta de
dados via internet. Essa ação foi um avanço no processo de avaliação. Em
junho/2003 realizou-se nos Câmpus a coleta de dados/opiniões através de
formulários eletrônicos. Esse recurso possibilitou a participação de toda a
comunidade acadêmica respondendo questionários em curto espaço de tempo, baixo
custo e agilidade na sistematização e divulgação dos dados. Houve uma ótima
participação da comunidade acadêmica e interesse em responder os questionários
eletrônicos.
Uma observação importante na
trajetória da avaliação institucional da UNEMAT, nesse período analisado, foi a
sua autonomia para construir e reconstruir o processo de avaliação e a grande
participação da comunidade acadêmica na etapa de diagnóstico, no momento de
responder os instrumentos propostos pela comissão de avaliação.
Em 2004, em atendimento às
exigências do INEP/MEC houve uma reestruturação da proposta de avaliação que
estava sendo executada aos princípios do SINAES. Segundo o Coordenador da CPA,
que implantou o SINAES, a UNEMAT recebeu um ofício do INEP/MEC determinando a
composição da CPA no prazo que também estava determinado. Assim, a convite do
Reitor designou-se o primeiro coordenador da CPA que fez os encaminhamentos
para composição de seus membros, conforme orientação do INEP.
Tendo em vista que o processo de
avaliação já vinha acontecendo através da Coordenadoria de Avaliação
Institucional (COAVI), responsável para coordenar as atividades avaliativas na
UNEMAT, passou-se a desenvolver um trabalho conjunto entre COAVI e CPA. A
primeira ficou responsável pela coordenação do processo e a segunda,
responsável pelo acompanhamento e deliberação das ações.
Vale ressaltar que as mudanças de
nomenclatura, PAIUNEMAT, COAVI, SINAES não mudaram a concepção, a filosofia e
os princípios do projeto de avaliação que, teoricamente, continuou durante todo
o período sustentado nos princípios da participação, globalidade, não punição,
não premiação, continuidade e responsabilidade social.
No ano de 2005, segundo
orientação do SINAES, foi elaborado um novo "Planejamento de
Auto-Avaliação" orientado pela proposta aprovada no Conselho Universitário
(CONSUNI). Esse documento institucional prevê a auto-avaliação na instituição
em dois níveis. No primeiro, o estudo avaliativo sobre a formulação e
implementação das políticas universitárias. No segundo, a coleta de dados junto
à comunidade universitária (alunos, professores e servidores). Nos dois níveis
procurou-se avaliar e/ou contemplar no processo todas as dimensões da
Universidade (gestão, ensino, pesquisa, extensão, planejamento, etc.), conforme
sugere o Roteiro de Auto-Avaliação publicado pela CONAES/SINAES/INEP.
Foi desenvolvido pela CPA um
trabalho de discussão e divulgação das dimensões que foram avaliadas, sendo que
cada setor responsabilizou-se pela sua autoavaliação devendo encaminhar à CPA o
relatório parcial, conforme prazo determinado pela CONAES/INEP. Segundo o
coordenador da CPA, nos encontros realizados com os setores, foi possível perceber
o quanto a construção da cultura da auto-avaliação tem avançado nos espaços da
UNEMAT.
Em novembro/2005, coletaram-se
novamente as opiniões da comunidade acadêmica a partir da elaboração de um
plano amostral. Os participantes da amostra foram contatados por meio de
correspondência personalizada e confidencial, que informava o login e a senha
pessoal para acessar os formulários eletrônicos - questionários. Esta
correspondência foi entregue pelos coordenadores de Campi e chefes de
departamentos a todos os alunos, professores e técnicos administrativos. Os
questionários contemplaram questões relativas a todas as dimensões das ações
universitárias (ensino, pesquisa, extensão, gestão, etc.), conforme orientação
do SINAES.
Segundo documento da CPA o processo
foi finalizado com a elaboração do 3º Relatório de Avaliação
Institucional/UNEMAT que apresenta uma estrutura organizacional contemplando
todas as dimensões da universidade, conforme sugere o Roteiro de Auto Avaliação
do SINAES/CONAES/INEP. Esse relatório foi encaminhado em 2006 à CONAES para
fins de credenciamento dos cursos e da universidade, conforme orientação da
proposta do SINAES.
A partir de 2009, a UNEMAT se propõe a revisão do seu Projeto de Avaliação Institucional, adequando-o às diretrizes do SINAES, na perspectiva de incorporar às ações de autoavaliação institucional todas as dimensões indicadas na legislação específica e que devem compor os relatórios a serem disponibilizados para os órgãos próprios - INEP/CONAES/MEC. Estes relatórios também devem facilitar as tomadas de decisões da administração da IES, em suas diversas esferas administrativas, cumprindo, assim, os objetivos que são atribuídos à autoavaliação institucional, nos termos do SINAES.