Autor(es)/Organizador(es):
Laudemir Luiz Zart
Nº de páginas: 34
Ano de publicação: 2016
Este Caderno Pedagógico tem como base as práticas sociais e as reflexões teóricas desenvolvidas na Incubadora de Empreendimentos Econômicos Solidários e Sustentáveis (INCUBEESS) vinculada ao Núcleo Unitrabalho. Enquanto organização universitária, estamos inseridos no movimento mais amplo de políticas públicas como o Programa Nacional de Incubadoras de Cooperativas Populares (PRONINC) reorganizado com decreto nº 7.357 de 17 de novembro de 2010, gestada pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES). Além da afirmação das políticas públicas o processo de incubação solidária é herdeiro das articulações dos movimentos sociais e da confluência das proposições e das ações do movimento da economia solidária. A incubação solidária é um mergulho no “Brasil profundo”, é a responsabilidade política e epistemológica com os grupos sociais à margem de possibilidades de formação, de trabalho, de renda e de desenvolvimento. As metodologias são participativas, as proposições e ações compartilhadas. As aprendizagens dialógicas são provocativas de possibilidades geradoras de respostas à problemas e questões econômicas e ecológicas que configuram a existência dos grupos sociais. Neste Caderno Pedagógico é empregado o conceito de incubação solidária para afirmar a identidade com a educação popular, com a mobilização e a organização política, com os processos participativos e co-criativos, com o reconhecimento das culturas, com o trabalho associado, com a agroecologia e a sustentabilidade. O processo da incubação solidária abrange uma complexidade de instituições, grupos sociais e de atividades. O desenho organizacional para a viabilidade de formação, planejamento e desenvolvimento econômico decorre da articulação e da concertação de interesses, vontades de pessoas e de instituições. A incubação solidária se coloca em espaços e tempos de contracultura, ao tempo que estuda mercados, enfrenta a cultura da competição e da concorrência para fertilizar a cultura da cooperação e da colaboração. Aprendemos que a organização econômica se coloca e se realiza em contextos de conflitos e de contradições, e, a partir destes devem ser gerados e desenvolvidos relações de diálogos e de consensos que possibilitam e potencializam as condições dos grupos sociais populares.