Autor(es)/Organizador(es):
Jeciane de Paula Oliveira, Walnice Vilalva, Samuel Lima da Silva
Nº de páginas: 170
Ano de publicação: 2019
No fluir de múltiplas vozes que se propõem a dialogar sobre o romance moderno é que esta obra se erige. A Modernidade é fundada nos conflitos ideológicos que marcam a destituição dos pensamentos centrados na religião e no misticismo, os quais eram a base do sujeito medieval. Em lugar desses, a razão torna-se a principal forma de o sujeito compreender a si mesmo e ao mundo que o cerca. O desarranjo social decorrente da mudança de paradigmas talvez seja a razão para um dos principais traços da Modernidade, indicado por Baumam – em Modernidade e Ambivalência (1999) –, a busca pela ordem. Na literatura, essa valorização da razão e da objetividade culmina no surgimento do Realismo no século XIX. Na contramão desse movimento, porém, estão obras que, escritas entre os séculos XIX e XXI, são instituídas no trânsito, no limite entre o real e o imaginário. Os romances analisados nesta obra permanecem nesse vai-e-vem e, por isso mesmo, permitem reflexão sobre novas formas de concepções do real. J. Austen, J. Joyce, Virginia Woolf, Guimarães, Dostoiévski, García Marquez, Rubem Fonseca, Antonio Torres, Rufatto, H. Hilst são revisitados e ressignificados pelas vozes de uma nova geração de críticos literários. Sob a égide da memória e da teoria da narrativa, esses estudiosos debruçam-se na investigação do fenômeno estético do romance moderno em suas profusas manifestações. É essa pluralidade de perspectivas, portanto, que ressoam das páginas de Trânsitos Literários.