Assessoria de Comunicação

A gestão da comunicação em situações de crise

A GESTÃO DA COMUNICAÇÃO EM SITUAÇÕES DE CRISE

Todas as organizações, por inúmeros motivos, vivenciam, ao longo de sua trajetória, situações desfavoráveis que podem impactar a sua imagem e reputação junto aos seus públicos de interesse e à sociedade de maneira geral.

Felizmente, na maioria dos casos, é possível prever a ocorrência destas situações, evitando que elas aconteçam ou atenuando, de maneira significativa, o seu impacto. Para tanto, é fundamental que pelo menos duas providências sejam incorporadas ao processo de gestão: a) criação de um Comitê de Crise, subsidiado por um sistema que contemple as vulnerabilidades institucionais a determinados riscos e b) elaboração de um plano abrangente de enfrentamento das crises.

Neste capítulo da Política de Comunicação, dedicamos especial atenção às posturas e diretrizes de comunicação que devem ser adotadas tendo em vista a consolidação de um processo competente gestão de crises, embora seja necessário reconhecer que, dependendo da situação, o esforço de enfrentamento das crises requer a mobilização de diversos setores da instituição e não se limita à estrutura profissionalizada nesta área e mesmo a ações exclusivas de comunicação.

 

A gestão da comunicação

Em primeiro lugar, é importante destacar que uma comunicação dialógica, apoiada em atributos como a transparência, a ética, e que se caracterize pela capacitação das fontes ou porta-vozes e por uma perspectiva estritamente profissional, representa condição essencial para o sucesso do processo de gestão de crises.

A estrutura profissionalizada de comunicação deve participar obrigatoriamente das duas instâncias anteriormente mencionadas, isto é, ela deve integrar o Comitê de Crise e atuar como protagonista na elaboração de um plano de comunicação voltado para a prevenção e o enfrentamento das crises.

Em segundo lugar, é urgente, nestas situações, estabelecer diálogo permanente com os públicos estratégicos de modo a permitir que eles tenham acesso a informações precisas sobre o ocorrido e não fiquem à mercê de versões divulgadas por terceiros que, necessariamente, não são legitimadas pela verdade dos fatos.

É comum, em momentos de crise, que pessoas ou grupos, de maneira involuntária ou intencionalmente, façam circular informações equivocadas ou imprecisas, contribuindo para dificultar a difusão da versão oficial.  A proatividade e o compromisso com a transparência constituem vantagens competitivas e imprimem credibilidade ao esforço desenvolvido para o esclarecimento da opinião pública.

Em terceiro lugar, é indispensável priorizar, no trabalho de esclarecimento dos fatos, os públicos internos porque eles, comprometidos com a posição da instituição, atuam como multiplicadores e são percebidos como fontes confiáveis pelo seu vínculo com a universidade.

Atenção especial deve ser dedicada também à cobertura da crise pela mídia tradicional e à repercussão nas mídias sociais porque elas têm a capacidade de disseminar amplamente as informações relacionadas com o processo de crise (os fatores que a desencadearam e as soluções adotadas para superá-la) e de influenciar a opinião pública. Neste sentido, é indispensável estar atento também às mídias locais e regionais, aos formadores de opinião, que devem, permanentemente, ser objeto de ações de relacionamento e aproximação. Em situações de crise, urge atuar com rapidez para que a Unemat possa assumir sempre a posição de protagonista e não permaneça refém de informações oriundas de fontes externas.

Em situações de crise, a Unemat deve utilizar amplamente os seus canais de relacionamento (portal institucional, portais dos câmpus, mídias sociais) e implementar ações (realização de coletivas de imprensa, emissão de comunicados direcionados para os públicos estratégicos e para a sociedade) de modo a consolidar sua posição diante dos fatos.

 

A atuação do Comitê de gestão de crise

A Unemat, visando atuar de forma proativa diante de crises potenciais, deve constituir um Comitê de Gestão de Crise, com a participação de setores estratégicos e o envolvimento da alta administração, com a presença de representantes dos diversos câmpus. O Comité deve ter acesso, de forma imediata, às informações básicas sobre a ocorrência (real ou potencial) de uma crise para que possa definir ações consistentes e eficazes visando impedir que ela se ganhe corpo ou contribuir para que seja prontamente debelada.

A estrutura profissionalizada de comunicação deve ser acionada prontamente porque, invariavelmente, as crises requerem ações imediatas de comunicação visando a divulgação da versão oficial e a interação com os públicos estratégicos. Cabe a ela também, em consonância com as providências definidas pelo Comitê de Gestão de Crise, estabelecer contato e acompanhamento com a imprensa e atuar de maneira competente nas mídias sociais.

As ações empreendidas pela universidade e a repercussão de sua divulgação junto aos públicos estratégicos e à sociedade devem ser monitoradas permanentemente, enquanto durar a crise, e os resultados dessa avaliação devem ser comunicados regularmente ao Comitê de Gestão de Crise.

 

O Plano de Gestão de Crise

Identificadas as vulnerabilidades institucionais face a determinadas situações que, potencialmente, possam provocar crises, o Comitê de Gestão de Crise deve elaborar um plano abrangente e detalhado para enfrentá-las.

Este plano deve incorporar, basicamente, as ações a serem deflagradas durante a ocorrência de uma crise, mas se estender além desta etapa para permitir a avaliação a posteriori da eficácia destas ações. Essa análise representa aprendizado importante e pode contribuir para refinar o esforço de enfrentamento de crises em situações futuras.

O Plano deve indicar também os setores a serem acionados tendo em vista os motivos que deflagraram a crise, bem como os gestores ou profissionais responsáveis pela coordenação do processo de enfrentamento.

A estrutura profissionalizada de comunicação deverá desempenhar papel importante na divulgação das medidas adotadas pela Unemat para a solução da crise, no processo de mediação com a imprensa e na gestão das mídias sociais oficiais, bem como no monitoramento das informações sobre a crise que circulam externamente. Com isso, fica garantida uma pronta resposta e ações de esclarecimento quando as versões que circulam sobre a crise colidem com a verdade dos fatos.

 

A capacitação dos porta-vozes

A centralização do processo de comunicação durante a crise é estratégica porque impede a veiculação de versões não oficiais. Para que essa condição permaneça, é indispensável que o Comitê de Crise defina precisamente quais são os porta-vozes autorizados a se manifestarem em nome da Unemat durante a ocorrência de uma crise particular.

É importante lembrar que as situações de crise se caracterizam pelo acirramento de tensões institucionais, provocadas, sobretudo, pelo processo acelerado de circulação de informações, oriundas de fontes diversas, e nem sempre sintonizadas com os interesses da instituição. Neste sentido, os porta-vozes devem incorporar como atributos básicos o equilíbrio emocional, a disposição para ouvir as partes envolvidas no conflito, o conhecimento dos motivos que deflagraram a crise e das medidas adotadas para a sua solução. Eles devem permanecer absolutamente sintonizados com a orientação definida pelo Comitê de Gestão de Crise e evitar, a todo custo, manifestações de caráter pessoal que possam contribuir para gerar equívocos e contradições.

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